Na chuvosa manhã de sexta-feira, 13/11, o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Rio Grande do Sul, reiterando sua postura contrária ao texto do PL do Ato Médico, aprovado na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado, promoveu uma manifestação. Cerca de 300 estudantes e profissionais reuniram-se na Esquina Democrática às 10h, de onde seguiram para a Praça da Matriz. Depois disso, seguiram até a Assembleia Legislativa e o Palácio Piratini. Depois, a caminhada desceu até a Rua dos Andradas e distribuíram panfletos para a população que passava pela Feira do Livro. Vieram estudantes de Caxias do Sul, Lajeado e Santa Maria.
Usando jalecos brancos e carregando faixas com dizeres como "Regulamentação Médica sim. Tutela, não. Autonomia profissional respeitada", e “Movimento pela Dignidade e Valorização dos Profissionais da Saúde”, eles caminharam debaixo de chuva durante toda a manhã. Ocorreram também mobilizações promovidas pela Comissão de Estudantes do CREFITO5/RS em Caxias do Sul e Santa Maria. Em Caxias do Sul, cerca de 250 pessoas se reuniram na mobilização, que saiu da Praça Dante Aleghieri, no Centro, e foi até a Câmara. Os manifestantes foram recebidos na Câmara de Vereadores pelo presidente da Casa, Edio Elói Frizzo (PSB). Em Santa Maria, estudantes de oito cursos protestaram durante a manhã, saindo do Calçadão da cidade até o prédio da Prefeitura. “Não somos contra o Ato Médico. Somos a favor da regulamentação da profissão de médico. O problema é que, da forma como está escrito, ele tira a autonomia de outros profissionais”, destacou a estudante de Fisioterapia da UCS, Sheila de Oliveira Mazzuco.
Renato Oliveira, aluno de Fisioterapia do 8º semestre da Unisinos, participou da Manifestação em Porto Alegre e disse que acompanha todos os trâmites do PL do Ato Médico há muito tempo. “O PL do Ato Médico não é uma questão de um profissional ‘pisar na grama’ do outro. Se ele for aprovado, inviabilizará o SUS, e privará as pessoas de um direito que é delas – e pessoas que nós queremos e podemos tratar. Essa questão diz respeito a todos os cidadãos brasileiros”, resume. Diego Lima, estudante do 5º semestre da Unilasalle, reitera que não é contra o Projeto de Lei do Ato Médico, e sim contra a forma como está redigido, “Da forma como está escrito, o texto tira a autonomia de várias profissões da área da saúde, não só da Fisioterapia. No que diz respeito à órtese, prótese e acupuntura, sairemos perdendo se o Projeto de Lei for aprovado no Senado”, diz. Para o estudante de Terapia Ocupacional do IPA, Gabriel Gularte, que está no 8º semestre, “este PL tira a autonomia dos profissionais de Terapia Ocupacional, por isso estamos nos mobilizando hoje e temos que continuar esta luta”, disse.
A Vice-Presidente do Conselho Regional de Fonoaudiologia, Dra. Márcia Fabrício, esteve presente na manifestação, que considerou muito importante. “Este Projeto de Lei está cerceando nossas profissões. Entendemos que ela regulamenta a profissão da Medicina, mas alguns artigos e incisos precisam ser revistos. Assim como está, ele fere a integralidade do Sistema Único de Saúde”, afirma.
Estiveram presentes na manifestação a Presidente do CREFITO5/RS, Dra. Maria Teresa Dresch da Silveira, o Vice-Presidente, Dr. Jadir Lemos, a Diretora-Secretária, Vera Maciel, o Diretor-Tesoureiro, Dr. Gerson Chequi, e o Conselheiro Efetivo, Dr. Glademir Schwingel.
